domingo, 15 de novembro de 2015

A CONSCIÊNCIA NÃO É O CÉREBRO

Não fique perdido na floresta dos prazeres


O que é Felicidade? Depende de você, de seu estado de consciência ou de inconsciência, se você está adormecido ou desperto.(...)

A felicidade depende de onde você está em sua consciência. Se você estiver adormecido, então o prazer é a felicidade. Prazer significa sensação, tentar alcançar algo por meio do corpo. De todas as maneiras, as pessoas estão tentando alcançar a felicidade por meio do corpo. O corpo pode lhe dar apenas prazeres momentâneos, e cada prazer é equilibrado na mesma medida, no mesmo grau pelo desprazer, pelo sofrimento.

Cada prazer é seguido pelo seu oposto, pois o corpo existe no mundo da dualidade. Assim como o dia é seguido pela noite, a morte é seguida pela vida e a vida é seguida pela morte...

Trata-se de um circulo vicioso. Seu prazer é seguido pela dor, sua dor será seguida pelo prazer, mas você nunca ficará à vontade. Quando estiver em um estado ficará com medo de perdê-lo e esse medo o envenenará. Quando estiver perdido na dor, é claro, estará em sofrimento e fará todo esforço possível para sair dele, apenas para voltar a ele mais tarde.

Buda chama isso de roda do nascimento e da morte.


Seguimos nos movendo nessa roda e nos apegamos a ela...e a roda segue em frente. Às vezes aflora prazer, às vezes o sofrimento, mas somos esmagados entre essas duas rochas.

A pessoa adormecida não conhece mais nada além de algumas sensações do corpo: comida e sexo; esse é seu mundo. Ela segue se movendo entre esses dois... Estes dois são os terminais de seu corpo: comida e sexo. Se ela reprime o sexo, fica viciada em comida; se ela reprime a comida fica viciada em sexo. A energia segue movendo como um pêndulo. No máximo, tudo o que você chama de prazer é apenas um alívio de um estado tenso. (...)

O que chamamos de "felicidade" depende da pessoa. Para a pessoa adormecida, sensações prazerosas são a felicidade; ela vive de prazer em prazer. Ela está simplesmente correndo de uma sensação a outra, vivendo de pequenas excitações; sua vida é muito superficial, não tem profundidade, não tem qualidade. Ela vive no mundo da quantidade.


E há pessoas que estão no meio, que não estão adormecidas nem despertas. Às vezes você tem essa experiência quando levanta pela manhã e ainda não sabe se está acordado ou ainda está dormindo. Ouve os sons, mas ainda tem a impressão de tudo fazer parte do sonho; não é parte de sonho, mas você ainda está em um estado intermediário.

O mesmo acontece quando você começa a meditar. O não-meditador dorme e sonha; o meditador começa a se afastar do estado adormecido em direção ao estado desperto; ele está em um estado transitório. Então felicidade tem um significado totalmente diferente; ela se torna mais uma qualidade e menos uma quantidade, é mais psicológica e menos fisiológica.

O meditador desfruta mais a música, a poesia, desfruta criar alguma coisa, desfruta a natureza e sua beleza, o silêncio, desfruta o que nunca desfrutou antes, e isso é muito mais duradouro. Mesmo se a música cessar, algo se prolonga nele.

E a felicidade não é um alívio. A diferença entre o prazer e essa qualidade de felicidade é que essa última não é um alívio, mas um enriquecimento. Você fica mais repleto e começa a transbordar. Ao escutar uma boa música, algo se desencadeia em seu ser, uma harmonia surge em você; você se torna musical. Ou, ao dançar, subitamente você se esquece de seu corpo; ele fica leve, deixa de existir a força da gravidade sobre você; de repente você está em um espaço diferente: o ego não é mais tão sólido, o dançarino se dissolve e se funde na dança.


Isso é bem superior, bem mais profundo do que o prazer que você obtém da comida e do sexo; isso tem uma profundidade, mas também não é o final.

O final acontece somente quando você está completamente desperto, quando você é um Buda, quando todo o sono, o sonhar se foram, quando todo o seu ser estiver repleto de luz, quando não houver escuridão dentro de você. Toda escuridão desapareceu e, com essa escuridão, o ego se foi; todas as tensões desapareceram, toda angústia, toda ansiedade.

Você fica em um estado de total satisfação e vive no presente, sem mais nenhum passado e nenhum futuro. Você fica completamente no aqui-agora; este momento é tudo, o agora é o único tempo e o aqui é o único espaço. E então de repente, todo o céu repousa sobre você. Esse é o estado de plenitude, a felicidade verdadeira.

Procure o estado de plenitude, ele é seu direito inato.

Não fique perdido na floresta dos prazeres; eleve-se um pouco mais, alcance a felicidade e depois a plenitude.

O prazer é animal, a felicidade é humana, a plenitude é divina.
O prazer o prende, o acorrente; ele é uma escravidão. A felicidade lhe dá um pouco mais de corda, um pouco de liberdade, mas somente um pouco. A plenitude é a liberdade absoluta; você começa a se elevar, ela lhe dá asas. Você deixa de ser parte da terra grosseira e passa a ser parte do céu, você se torna luz, alegria.


O prazer depende dos outros; a felicidade não depende tanto dos outros, mas ainda assim está separada de você; a plenitude não dependente e também não está separado...ele é o seu próprio ser, a sua própria natureza.

Osho em Alegria a Felicidade que Vem de Dentro.


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